segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Diretor diz que Mamonas Assassinas não eram artificiais

Fonte: Cineclick http://bit.ly/dhu6Ow


Quem tem entre 20 e 30 anos ou sabe o que é ou mergulhou de cabeça no fenômeno chamado Mamonas Assassinas, uma mistura de rock, forró, punk, brega, pós-punk, desbunde e irreverência, responsável pela venda de cerca de 2,3 milhões de cópias entre 1995 e 1996.

Aos órfãos do quinteto de humor politicamente incorreto que não poupou nem um ícone da masculinidade, o Robocop, as memórias da trupe serão recontadas em Mamonas, o Doc, que deve estrear em abril, um mês após do aniversário de 13 anos da morte de Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio. "O documentário conta a trajetória desde que se encontraram como Utopia, antes de serem os Mamonas. Utilizamos muito material de arquivo das famílias, dos amigos, dos fãs. Sem contar que eles mesmos se filmaram muito e isso está no filme", contou ao Cineclick o diretor do filme, Cláudio Kahns.

Antes de virarem uma trupe humorística, os garotos de Guarulhos se intitulavam uma banda de rock, a Utopia. Até que apareceu Dinho, o líder, e o produtor Rick Bonadio (um dos maiores faros na indústria fonográfica), que jogaram para escanteio a pretensão de roqueiros e colocou como foco o tipo de música que eles faziam de brincadeira, em intervalos de show ou ensaios. Aí o Utopia virou Mamonas Assassinas, e o Brasil passou a conhecê-los.

Kahns, que também é produtor da Tatu Filmes, diz que o filme não segue à risca a cronologia dos fatos. "Não é rigorosamente cronológico". Segundo ele, não explora o acidente de avião que causou a morte do quinteto, mas centra foco no legado artístico do grupo. E se há uma questão levantada por Mamonas, o Doc é que eles não eram apenas engraçados, mas também tinham qualidade musical.

"Eles fizeram sucesso porque eram muito talentosos e isso fui percebendo à medida que fui fazendo o filme. Percebi como eles eram musicalmente bons, cada um no seu instrumento, e como eram criativos", define o diretor, que vai além ao dizer que eles não são uma "banda de produtor". "Eles não foram artificiais, não houve ninguém que inventou um nome, pegou uma garotada e fez um produto plastificado. Eles são expressão de uma molecagem e uma irreverência. Infelizmente, desapareceram antes de cumprirem sua trajetória".

Segundo Kahns, a MovieMobz está quase fechada na distribuição. O lançamento de Mamonas, o Doc será nacional e terá apoio da TV Record, que apoiou o filme por meio da divisão Record Entretenimento, lançada em junho do ano passado e com atuação similar a Globo Filmes.

Ficção

Mas não é apenas em forma de documentário que a história dos garotos de Guarulhos será contada. Existem os dois projetos: o doc e a ficção, um surgiu como desdobramento do outro. E, depois de dois anos adiando as filmagens, Mamonas, o Filme, a versão ficcional da trajetória do grupo, deve começar a ser rodado ainda este ano.

Ainda não há nomes para o elenco. O longa será dirigido por Maurício Eça, conhecido do mundo dos videoclipes (dirigiu Diário de um Detento, dos Racionais MCs). O produtor Cláudio Kahns diz que o quinteto será interpretado por atores desconhecidos. "A gente vai escolher junto com a TV Record [uma das apoiadoras do filme], talvez façamos um concurso. Ainda estamos discutindo. Mas vamos contar com atores conhecidos apenas para pequenos papeis".

O orçamento está em cerca de R$ 5 milhões. A ficção vai abordar o surgimento da banda ao auge - o acidente não será explorado.

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